O Brasil é hoje o maior produtor mundial de soja, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção do grão na safra 2020/2021 foi de 135,409 milhões de toneladas, em uma área plantada de 38,502 milhões de hectares. O Paraná atualmente é o terceiro maior produtor da oleaginosa no Brasil, a produção do grão chegou a 19,872 milhões de toneladas, em uma área plantada de 5,618 milhões de hectares na última safra.
O cenário atual da cultura da soja em nossa região tem apresentado melhora, após um grande período de estiagem que antecedeu o plantio, e um volume médio acumulado de 609 mm de precipitação somente no mês de outubro, logo após muitos produtores terem realizado a semeadura, trouxeram impactos no desenvolvimento da cultura. Uma das principais dificuldades enfrentadas têm sido os problemas de emergência e estabelecimento das plântulas. Vários patógenos interferem na sanidade das novas plântulas, principalmente fungos, estes podem atuar de forma benéfica ou não ao cultivo, dependendo de sua espécie, pois além de estarem presentes nos restos culturais, também podem ser transmitidos via sementes.
O fungo da Podridão radicular de Phytophthora (Phytophthora sojae) é um dos mais importantes, a doença é causada por um agente patógeno de solo, temperaturas em torno de 25°C e elevada umidade do solo. Apresenta como principais sintomas o apodrecimento ou lenta germinação das sementes, resultando em morte das plântulas, em plantas adultas pode-se observar a colore das folhas, murchamento da planta, podridão na haste, como também tombamento da planta.
Outro fungo ao qual deve-se atenção é o da Podridão-radicular (Rhizoctonia solani), este tem baixa transmissão via semente, porém, é comum no solo e em restos culturais, em função da sua característica polífaga, na qual, alimenta-se de diversas culturas. Este patógeno causa tombamento e morte em pós-emergência, além da mela ou requeima da soja e podridão aquosa e negra da base da haste, em diferentes estádios fenológicos de desenvolvimento da cultura, principalmente devido ao fato dos fungos serem monocíclicos, onde a partir da infecção vão com a planta até a morte.
Para evitar a entrada e reprodução de fungos no solo, alguns aspectos devem ser considerados no processo de planejamento do manejo, os cuidados que devem ser levados em consideração são: a limpeza de maquinários e implementos frequentemente, evitando a entrada de outros solos contaminados, utilizar sementes certificadas, levando em conta o somatório dos atributos físicos, genéticos, fisiológicos e sanitários da mesma, quando possível, optar por cultivares resistentes a doenças fúngicas, realizar a rotação de culturas, manter o solo com adubação equilibrada, realizar o manejo integrado de doenças, assim como realizar frequentemente análises de solo. Porém, o mais relevante cuidado é realizar o tratamento de sementes, protegendo a radícola e a raiz da planta, antes da sua emergência, pois um dos principais momentos de infecção por fungos que estão no solo, ocorrem através da radícola.
Diante disso, podemos perceber que o sucesso da atividade agrícola depende de inúmeros cuidados, muitos deles pertencem ao agricultor, mas há outros que independem do mesmo, como o clima e a economia mundial, sendo assim, a busca pelo controle do maior número de variáveis é constante, e o Departamento Técnico da Coagru, está sempre à disposição para realizar avaliações e monitorar as lavouras, visando diminuir os riscos de prejuízos, almejando o aumento da produtividade e qualidade do grão, para que o produtor obtenha êxito na realização de sua atividade.
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