O Milho 2ª Safra ganha mais força a cada ano que passa em todo o território nacional. Em muitas áreas onde antes o plantio da cultura para a safrinha não era cogitado, já estão sendo cultivadas. Devido a semeadura no Brasil ser realizada em diversas épocas, o milho permanece no campo praticamente durante todo o ano, aumentando assim a pressão de doenças e insetos-praga que podem contribuir para redução de área foliar, transmissão de doenças, danos na planta e eventuais reduções no rendimento de grãos, situações que os produtores querem evitar ao máximo, principalmente devido aos atrativos preços positivos das commodities.
Um dos insetos-praga que tem aparecido com certa frequência nas lavouras de milho nesse ano, é o Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis), esses insetos sugadores são sempre fêmeas e vivem em colônias onde se reproduzem de forma assexuada, não havendo a presença de ovos, posto que uma ninfa gera uma nova fêmea desenvolvida.Alimentam-se das partes mais novas das plantas de milho, permanecendo geralmente dentro do cartucho, o que pode dificultar sua visualização e controle. Os pulgões podem ser alados (com asas) ou ápteros (sem asas), sendo que a forma alada é responsável pela dispersão das colônias, pois quando a incidência da praga é muito alta, faltam alimentos e os insetos originam asas para buscar outras fontes de subsistência.
Em condições de estiagem, com altas temperaturas e baixos índices pluviométricos, a velocidade de reprodução aumenta ainda mais, crescendo ligeiramente, ocasionando ataques no pendão e nas gemas florais. Os danos são em sua maioria consequência da interação entre a alimentação do pulgão, o estresse hídrico e o genótipo utilizado. O Pulgão-do-milho pode causar problemas até 70 dias após a emergência da cultura, até a fase de florescimento, sugam a seiva da planta, que possui quantidades elevadas de açúcar líquido, excretando o mesmo, que quando em contato com a plantapode desenvolver fungos, não causando danos diretos na mesma, mas diminuindo a área fotossintética ativa desta. No caso de ataque no pendão ou na espiga, os danos serão nas estruturas reprodutivas da planta, fazendo com que o pólen não seja liberado, ou seja, impedido de chegar às espigas.
Os sintomas mais freqüentes do ataque de pulgões são morte de plantas, perfilhamento de espigas e espigas estéreis ou incompletas. Além disso, o pulgão-do-milho também é o transmissor do vírus do mosaico, por isso, seu monitoramento deve ser rígido e ocorrer desde o início da fase vegetativa.Seu controle populacional ocorre de forma natural através de parasitoides, e com as aplicações para cigarrinha, os produtores conseguem manter a população dos pulgões abaixo do dano econômico, o que não descarta a necessidade de aplicações de inseticidas em casos de descontrole populacional da espécie. Neste tocante, o Departamento Técnico da Coagru reforça a importância da observação, e seus profissionais encontram-se à disposição para auxiliar na verificação e acompanhamento populacional desses insetos, a fim de evitar perdas nas lavouras, assim como indesejadas quedas em produtividade.
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